Agronegócio e indústria são a base de 2013

Notícias 2 de janeiro de 2013

Que o Rio Grande do Sul continua dependente do agronegócio sabemos há muito, desde o século XIX, talvez antes até. Da mesma forma, após os anos de 1950, quando a indústria vai bem, a economia apresenta os sintomas de saúde e progresso e recebe os fluídos positivos. A economia é um todo que abrange os setores primário, secundário, terciário e o de serviços, este último muito importante por gerar empregos. Desta forma, é bom saber que a indústria de transformação espera começar 2013 com produção física maior, mas sem novas contratações. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta um aumento na confiança de 1,1% em dezembro ante novembro. A alta reflete o avanço no indicador de produção prevista para os próximos três meses – de dezembro a fevereiro -, que passou de 126,9 pontos, em novembro, para 135,3 pontos, em dezembro. O resultado mostra que 39,4% dos empresários esperam que a produção até fevereiro seja maior do que no s três meses anteriores. Só 4,1% acreditam que a produção industrial será menor. Em novembro, esta última porcentagem chegava a 15,5%.

Desta forma, a produção prevista para os próximos três meses vem mais forte, mas o indicador de emprego não dá sinal de vida. Está num patamar relativamente baixo em termos históricos. O emprego previsto chegou ao patamar de 109,0 pontos em dezembro, contra 109,9 pontos no mês anterior. A média histórica do indicador é 113,4 pontos. Mesmo assim, a expectativa é de estabilidade no emprego, apesar das previsões mais favoráveis à produção. Por isso, é possível que haja uma desaceleração da produção para os setores beneficiados pela redução do IPI no primeiro semestre de 2013, com a retirada gradual do benefício, mas, mesmo assim, há uma melhora na previsão de produção. Ainda bem que o ânimo dos empresários tem se mantido num patamar que, se a economia realmente mostrar sinais de recuperação nesse quarto trimestre e não houver mais surpresas na frente internacional, estariam mais dispostos a voltar a investir, segundo analistas. Há um otimismo moderado entre o empresariado do set or industrial.

Entre novembro e dezembro, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) aumentou ligeiramente, de 84,0% para 84,1%. O resultado ainda não é um nível que chame investimentos expressivos. Para haver uma expansão um pouco mais forte dos investimentos, o Nuci deveria chegar próximo a 84,5%.

Os estoques na indústria estão equilibrados atualmente, com alguns casos específicos, como o setor automobilístico com pouco estoque. Se nas concessionárias a demanda pode diminuir um pouco com o fim do benefício do IPI, na ponta da indústria essa desaceleração de produção não vai ser tão forte, porque precisa de alguma forma repor os estoques. A categoria tem apenas 15,4 pontos percentuais de empresas com estoques menores do que gostariam. Enfim, se 2012 decepcionou em termos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), podemos ter a esperança de que haverá aumento neste ano, mesmo descontando que será sobre uma base fraca, a do ano que recém findou. E a esperança é o sustentáculo da nação.

Fonte: Jornal do Comércio – PORTO ALEGRE – (RS) – 02/01/2013