Produtor tem opção de mais soja transgênica no mercado

Notícias 10 de março de 2016

Os produtores de soja contarão, a partir desta safra 2016/17, com uma nova opção de soja transgênica.
Espremidos por custos e perdas de produtividade nos últimos anos, devido ao avanço de ervas daninhas cada vez mais resistentes nas lavouras brasileiras, eles terão a possibilidade de diversificar as variedades de soja utilizadas no plantio.
É o que promete a Bayer, que coloca no mercado uma nova tecnologia, chamada de LibertyLink.
No mercado de sementes de soja desde 2010, a empresa vem comprando bancos de germoplasma (material genético das sementes), em várias regiões do país.
O resultado, agora, é a colocação de 11 variedades desse tipo de soja, adaptadas às várias regiões produtoras da oleaginosa no país.
Com presença na produção de sementes convencionais e agora transgênicas, a empresa terá pelo menos 30 variedades à disposição dos produtores brasileiros.
Todos esses produtos estão sob o chapéu da Credenz, a primeira marca global de sementes de soja da empresa.
A Bayer entra em um mercado que já era ocupado por outras gigantes no setor.
A Monsanto, pioneira nesse mercado, e a Basf, em parceira com a Embrapa, que chegou ao mercado no ano passado.
Outra gigante do setor, a Dow AgroSciences, já teve sua soja, a Enlist E3, aprovada pelos órgãos competentes no Brasil, mas aguarda a aprovação das tecnologias para o controle de lagartas. A empresa ainda não tem uma data para a colocação comercial da sua soja ao mercado.
CONTROLE DE ERVAS
Essa nova tecnologia da Bayer permite o uso do herbicida Liberty no pós-emergência das plantas e tem como objetivo o controle das plantas daninhas, que competem por espaço, luz, água e nutrientes com a soja.
Um dos diferenciais dessa nova tecnologia é a possibilidade de os produtores fazerem rotação de culturas de soja modificadas.
A diversificação de tecnologias inibe a proliferação e a resistência de ervas daninhas no campo, segundo Eduardo Mazzieri, diretor da unidade de sementes da Bayer no Brasil.
A utilização constante da mesma tecnologia para o combate das ervas daninhas permite uma resistência delas e perda de produtividade.
Mazzieri diz que o objetivo da empresa é levar genética adaptada e soluções disponíveis às diversas regiões produtoras do país.
Na avaliação dele, uma nova tecnologia como essa é importante para a sojicultura brasileira porque a agricultura moderna e tropical necessita de ferramentas diversas.
“Se usar sempre a mesma, as plantas daninhas se tornam resistentes e de difícil controle.”
Além disso, a diversidade de tecnologias para os produtores dá um prolongamento da vida das mesmas, acrescenta.
PREÇO
A Bayer não informou qual o investimento nessa nova tecnologia. Quanto ao preço a ser pago pelo produtor, a empresa diz que essa nova soja tem de ser atrativa e o produtor enxergar valor nela.
O valor está baseado na opção de mais uma alternativa dele de produção, que pode controlar mais as ervas daninhas, ter maior adaptabilidade do germoplasma nas diversas regiões do país e, consequentemente, obter maior produtividade. A avaliação desse preço virá do produtor, segundo Mazzieri.
“Em uma agricultura tropical, sob pressão e com aparecimento de plantas daninhas de difícil controle, estamos trazendo para o mercado uma alternativa para ajudar o produtor”, diz ele.
“O importante não é só levar um pacote pronto, mas dar informações e deixar o produtor tomar suas decisões sobre a melhor tecnologia”, diz Mazzieri.
A tecnologia LibertyLink da soja não terá cobrança de royalties. A tecnologia é da Bayer, mas não está mais sob proteção intelectual. A patente expirou (Folha de S.Paulo, 9/3/16)

 Disponível em: http://www.brasilagro.com.br/conteudo/produtor-tem-opcao-de-mais-soja-transgenica-no-mercado.html#.VuHHF30rKM