Sistema de troca garante estabilidade ao produtor

Notícias 13 de janeiro de 2016

Quanto vai ser o preço da soja para a safra 2016/2017? E quanto vão custar a semente e os insumos até o início do plantio da próxima safra de verão?
Essas respostas vão depender da economia mundial, mas principalmente da situação política e econômica do Brasil.

Os produtores rurais podem garantir um custo estável para o plantio das lavouras fazendo o sistema de troca dos insumos por parte da colheita da próxima safra, durante o Superagro 2016 que a Agro100 vai realizar nos dias 19, 20 e 21 de janeiro, em Londrina.

“Em um ano de economia instável é importante que o produtor trave os seus custos de produção pelo sistema “barter”. Faça o pacote de troca o quanto antes. Alinhe seus custos. Saiba quantas sacas de grãos vai custar a sua lavoura. Não dá para especular num mercado sensível e com o agravante das oscilações do real em relação ao dólar. O câmbio depende dos acontecimentos políticos. O País está com um Governo mergulhado em denúncias de corrupção, ameaçado de cassação e quase sem força para reagir”, alerta Ronan Guilherme Giuliangeli, gerente de mercado de grãos da Agro100.

Com a alta do dólar sobe o preço da soja em real, mas certamente também vão subir os insumos, lembra ele, que aconselha o produtor a usar todas as ferramentas possíveis para travar e equiparar os custos de produção da lavoura pelo sistema de “barter”. “É importante que o produtor faça o seu pacote de troca o quanto antes. Alinhe seus custos. Saiba quantas sacas de soja é o seu custo. Não dá para especular num mercado sensível e com o agravante do câmbio do real em relação ao dólar estar dependendo dos acontecimentos políticos de um País com um Governo com tantas denúncias de corrupção, ameaçado de cassação e quase sem força para reagir”, explica Ronan.

Ele lembra que o produtor tem que trabalhar como um empresário, reduzir ao máximo os riscos de desequilíbrio nas contas. O equilíbrio é fundamental para a saúde da “empresa” rural.

“Depois que ele garantiu o travamento dos custos de produção ele deve fazer uma comercialização parcelada no mercado futuro aproveitando as melhores oportunidades e vendendo a produção em oito ou dez vezes. O importante é fazer um preço médio da safra. Não pode querer acertar o olho da mosca. Isso pode se transformar num desastre e causar a perda do seu próprio olho”, brinca.

Ronan lembra que como a economia estava mais estabilizada na última safra de soja, os produtores fecharam somente cerca de 30% no sistema de troca. “Agora a situação é outra. O dinheiro está mais escasso para o crédito agrícola. Reduziram-se os depósitos bancários e na poupança, consequentemente reduziu-se o volume de crédito nos bancos e o dinheiro está ficando mais caro. Acredito que essas restrições no sistema de crédito serão mais um dos fatores que vão influenciar na decisão dos produtores. Nossa empresa está apostando na troca como uma boa saída para esses problemas”.

Ele faz questão de lembrar que a soja na Bolsa de Chicago está com preço muito baixo. “O que tem salvado o produtor aqui no Brasil é a desvalorização da nossa moeda, o real. A cotação em Chicago está abaixo dos nove dólares por bushel. Os americanos estão bravos com o Brasil. Eles querem vender por pelo menos 12 dólares”.

Por outro lado, ele lembra que a logística do Brasil é muito ruim o que aumenta os nossos custos. Os navios ficam três semanas nos nossos postos à espera do carregamento, enquanto que lá nos Estados Unidos o embarque não demora mais que três dias. Isso dá uma diferença grande nos custos de transportes.

Durante o mês de dezembro todos os técnicos da Agro100 foram devidamente treinados para apresentar as melhores opções de troca para os produtores. Também foram realizadas reuniões nas filiais para a apresentação do Superagro2016.

SUPERAGRO

O Superagro deve reunir, na fazenda Cegonha, que fica na estrada da Cegonha, a pouco mais de 10 km do centro de Londrina, mais de 3.500 produtores rurais do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo para conhecerem o que existe de mais moderno em tecnologias de produção de soja e milho testados em 13 hectares de lavouras instalados sob um pivô central e em palestras num auditório subterrâneo.

Durante os três dias do evento os produtores poderão tirar suas dúvidas com os técnicos nas lavouras experimentais e estandes das 44 empresas que participam do evento. Entre elas estão Monsanto, Basf, Bayer, DuPont, Nortox, TMG, Microxisto, Ballagro, FMC, UPL, Arysta, Samaritá, Oro Agri, Oxiquímica, Dow Agrosciences, fabricantes de agroquímicos; Mosaic, Yara, Minorgan, TimacAgro, Microgeo, Cysy, fabricantes de fertilizantes e corretivos; Monsoy, Sementes Agroceres, TMG, Sementes Boa Nova, produtoras de genética e sementes; Valtra, Stara, John Deere, Case, New Holland, Kuhn, Vava Estruturas Metálicas e Micron Pulverizadores, fabricantes de máquinas e equipamentos; Fiat, Chevrolet, Volvo e Scania, montadoras de veículos leves e pesados; Unimed, Prevent Seguros e Ricolog, na área de prestação de serviços; e Embrapa, Instituto Agronômico do Paraná e Universidade Estadual de Londrina, entidades de pesquisa e geração de tecnologia.

NILSON HERRERO

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Fonte: Sulnews

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