Safra brasileira de grãos pode chegar a 213,5 milhões de t em 2015-2016

Notícias 14 de outubro de 2015

“O carro-chefe da lavoura continua sendo a soja, que pela primeira vez ultrapassará os 100 milhões de toneladas. É a grande surpresa desta safra”, destacou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini. A produção na safra que começou recentemente poderá alcançar até 102 milhões de toneladas da oleaginosa.

A expectativa é de uma safra expressiva, reforçou o presidente em exercício da estatal, Lineu Olímpio de Souza. “Não haverá, entretanto, aumento significativo de área, que deverá ficar em torno de 59 milhões de hectares”, acrescentou. Com isso, o incremento da área plantada pode atingir até 1,5% sobre a safra passada, de 58,1 milhões de toneladas.

De acordo com Lineu, a decisão do agricultor em investir no campo se reflete na força do agronegócio, que dá sustentação à economia brasileira e tem desempenho expressivo na balança comercial do país.

Culturas

No momento da realização do levantamento divulgado nesta sexta-feira pela Conab, apenas as culturas de primeira safra – como algodão, amendoim, arroz, feijão, milho e soja – estavam com o plantio iniciado, fase que se estende até dezembro. As culturas de segunda e terceira safras e as culturas de inverno têm os plantios concluídos em junho.

O maior incremento de área cultivada é o da soja, com expansão de 1,2 milhão de hectares, representando cerca de 33,2 milhões de hectares. Conforme a Conab, há perspectiva de redução de área nas lavouras de milho primeira safra. No entanto, a se confirmar a trajetória da série histórica, haverá ganhos significativos na produção da segunda safra de milho.

De acordo com o prognóstico da Conab, o feijão poderá ter acréscimos na área e na produção devido ao mercado atrativo, com alta nos preços. A estatal também prevê uma pequena redução na área plantada de algodão, mas o emprego de tecnologias pelo produtor fará com a cultura alcance a mesma produção da safra 2014/2015, de 1,5 milhão de toneladas.

Ainda segundo a estatal, o clima foi favorável para a colheita do trigo. O Paraná, principal estado produtor, vai colher 3,6 milhões de toneladas do cereal. Na avaliação do diretor da Conab, a chuva que está ocorrendo na Região Sul vai ter reflexo no volume a ser produzido de trigo, com previsão de 6,6 milhões de toneladas. “Menos do que se esperava”, acentuou.

Insumos

A estatal constatou ainda que houve redução da demanda por fertilizantes no período de janeiro a agosto deste ano. Essa queda, observou Intini, ocorreu porque o calendário ainda não chegou ao seu principal momento. A partir dos dados de setembro, acrescentou, será possível observar um aumento do produto. “O volume recebido pelos produtores é inferior ao ano passado, não por falta de recursos ou condições tecnológicas.”

Crédito

O secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar, ressaltou que o país atravessa um ano de muita volatilidade cambial, o que atrapalhou a decisão do produtor: “Por isso, a tomada de decisão do produtor foi atrasando e a compra está sendo feita agora, perto da entrada da safra”.

Nassar também apresentou os números da liberação do financiamento da agricultura empresarial entre julho a setembro. “O fluxo do crédito rural está ocorrendo normalmente, principalmente nos bancos públicos, onde há disponibilidade de recursos devido aos depósitos à vista. Ocorreu pequena retração nos bancos privados e nas cooperativas de crédito.”

Os financiamentos para custeio, comercialização e investimento no período chegaram perto de R$ 40 bilhões, o que representa 21% do total disponibilizado para safra 2015/2016, de R$ 187,7 bilhões.

Pela primeira vez, entidades representativas de classe foram convidadas para o anúncio do levantamento da safra de grãos da Conab. Entre elas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), Associação Brasileira dos Produtores de Semente de Soja (Abrass), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Associação das Empresas de Cerealistas do Brasil (Acebra), além de representantes da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística.

Fonte Seagri/Ba

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