Pedro Parente evitou fazer previsões sobre quando essa produção poderia ocorrer, mas lembrou que o milho tem registrado saltos de produtividade no país
Campinas – Uma produção de milho do Brasil superior a 100 milhões de toneladas, o que representaria um crescimento de cerca de 30 milhões ante o ciclo 2011/12, não é um “sonho” distante, afirmou neste sábado o presidente da Bunge no Brasil, Pedro Parente, no intervalo de um evento em Campinas.
Parente, que comanda uma das maiores exportadoras e processadoras de grãos do Brasil, evitou fazer previsões sobre quando essa produção poderia ocorrer, mas lembrou que o milho tem registrado saltos de produtividade no país, em meio ao crescimento do uso da biotecnologia e de mais investimentos dos produtores, nos últimos anos.
A safra de milho do Brasil atingiu um recorde acima de 70 milhões de toneladas em 11/12 –superando até a de soja, que sofreu com a seca no último verão–, um crescimento de mais de 10 milhões de toneladas em relação à colheita anterior.
Parente citou o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, para quem o cereal deixou de ser uma cultura de segunda categoria, na comparação com a soja.
“Os produtores estão começando a encarar o milho como um produto, entre aspas, tão nobre para uma atividade principal como é a soja. Isso faz com que esses níveis de produção de 100 milhões de toneladas sejam possíveis não muito longe”, afirmou Parente, em entrevista a jornalistas, após participar de palestra no Fórum Nacional do Agronegócio, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
O executivo lembrou que países como Estados Unidos, que produzem mais de 300 milhões de toneladas do cereal, e China têm uma produção muito superior que a brasileira em milho, mas ele ressaltou que na comparação entre a produção do Brasil atual e a do passado o “salto é gigantesco”.
“Já não parece um sonho impossível, especialmente em relação ao milho”, disse ele, ao falar do patamar de 100 milhões de toneladas. “Não é que a gente acha que seremos o maior produtor de milho do mundo, de maneira nenhuma, mas que teremos um papel relevante no suprimento do mercado de exportação…”, completou.
Fonte: Portal Exame – SÃO PAULO – (SP) – 22/09/2012 – Notícias